Opinião

Os Santos Populares em pandemia

Os Santos Populares estão à porta, e há, até agora, duas posições distintas de dois Presidentes de Câmara das duas maiores e mais importantes cidades portuguesas, nomeadamente Porto e Lisboa, facto que me parece estranho, pois a regulação destes festejos têm emanar do Governo e têm que ser claras. Como dizemos no exército, clarinho, clarinho, que é para a tropa entender.

Enquanto que o Presidente da Câmara Municipal do Porto embalado pelo sucesso, que só ele viu, da final da liga dos campeões europeus, quer abrir a cidade à festa, muito embora, sem haver espetáculos musicais nem fogo de artifício, o Presidente da Câmara de Lisboa, não quer ouvir falar de festa, talvez por ter visto e percecionado o inverso do seu homólogo nas celebrações do campeonato de futebol português.

No meio disto tudo não se ouve a DGS e o Governo esse, parece estar a ponderar sobre eventuais ganhos ou perdas políticas, da tomada de uma eventual decisão, pois sabe que qualquer decisão que venha a tomar, terá vantagens e inconvenientes, sendo preferível empurrar uma decisão para depois das festas, fazendo-se de morto.

Em minha opinião, e à semelhança do que já foi feito noutras ocasiões, poder-se-iam criar algumas “fun zones” em ambas as cidades, em zonas amplas, desafogadas, com restaurantes e sardinha assada, com controlos sanitários e cumprindo os critérios de higiene por todos conhecidos

É claro que as Ruas de Alfama, da Bica, da Mouraria, não poderão ter a quantidade de gente que costumam ter, por serem ruas estreitas, onde a Pandemia poderá espalhar-se com mais facilidade, no entanto outras zonas de Lisboa, como a Avenida da Liberdade ou toda a zona ribeirinha, poderiam facilmente ter restaurantes, com grelhadores prontos para grelharem as nossas belas sardinhas e febras.

Vivam os Santos Populares em tempo de pandemia.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva