Opinião

Portugal, o país do futebol

A seleção portuguesa de futebol iniciou ontem a sua prestação no campeonato da Europa da modalidade e, o povo deste país do futebol, entrou em delírio total com a vitória contra a Hungria, e vai continuar por algumas semanas, esquecendo completamente a política, a economia e até o “leitmotiv” do populismo, a corrupção, como forma de derrubar os regimes democráticos.

Este período de empolganço dum pretenso espírito nacional, dum orgulho na nação, na bandeira, esse sentido de pertença a uma comunidade, que fora do período dos campeonatos de futebol não existe, vai anestesiar as pessoas e fazer com que, para além do futebol, não exista mais nada, pois nada é tão importante para si, para o seu futuro, que o resultado duma mera equipa de bons jogadores, que embora nascidos e formados em Portugal, jogam e são
treinados pelas melhores equipas do mundo e nos respetivos campeonatos.

Como em todos os domínios formamos bons profissionais e cedemo-los a outros países a custo zero ou quase, que deles vão usufruir e gerar riqueza, algo que somos incapazes de fazer, a não ser no turismo.

Portugal apesar de estar na UE há cerca de quarenta anos, continua a ser um país de emigrantes, ora técnicos especializados e licenciados que, por não conseguir dar o salto como país, por não traçar objetivos estratégicos tangíveis, em suma por não se conseguir, nem querer organizar internamente, revela muitas dificuldades em conseguir sair das sucessivas crises em que se vem afundando, nesta era da globalização.

Somos a par com o Brasil o país do futebol, e tal como ele, não conseguimos dar a volta, para
sobreviver num mundo cada vez mais globalizado.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva