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José Pedro Croft apresenta dois cacos de loiça que designou por díptico

O artista plástico José Pedro Croft, um dos mais famosos artistas nacionais, com grande conotação no mercado de arte nacional e internacional, lançou ontem no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, perante críticos e amantes de arte contemporânea, um múltiplo de 150 exemplares, de duas esculturas, que designou como díptico, em que desconstruiu duas peças de loiça da autoria do Bordalo Pinheiro.

O díptico consta de dois cacos de loiça, escolhidos depois de propositadamente partir duas peças de Bordalo Pinheiro, nomeadamente um prato trabalhado de cor cinzenta, e uma folha de couve de tom ocre, apresentadas numa caixa de acrílico.

Cada exemplar, dos cacos de loiça partida, vai ser comercializado por 1500€, um investimento que prevejo que terá capacidades para se valorizar com o tempo, malgrado serem dois simples cacos de loiça partida, pois a peça parte dum conceito, é assinada, pode ser exposta, e tem um nome, tudo o que é necessário para poder ser considerada uma obra de arte na corrente do Movimento Dadaísta, cuja obra paradigmática é um mictório industrial voltado ao contrário, exposto no MOMA em Nova York, da autoria de Marcel Duchamp, que o designou por fonte.

A arte moderna, Dadaísta, ainda hoje me é dificil perceber, muito embora seja um amante de arte moderna, malgrado perceba o conceito que lhe está inerente, ou seja, exibir objetos do quotidiano, mostrando-os duma outra perspetiva, chocando de certa forma o público.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma