Opinião

Cerimónia comemorativa do Armistício.

Macron foi o protagonista, em Paris, no dia 11 de novembro de uma cerimónia evocativa dos 100 anos do armistício, que pôs fim à Grande Guerra GG,  em que participaram dezenas de Chefes de Estado de todo o Mundo.

Do  discurso efetuado por Macron, destacamos alguns pontos, que consideramos importantes, para a tão frágil preservação da  Paz Mundial, no atual momento em que vivemos.

Macron referiu que o multilateralismo nas relações Internacionais deveria ser a forma como os Estados se deveriam,  preferencialmente ,relacionar no contexto internacional, tendo-se referido, a este propósito, elogiosamente ao Presidente Truman, o Presidente dos USA que se bateu pelo liberalismo político e pela instituição das Nações Unidas, a Instituição Multilateral por excelência, como o último militar de artilharia dos USA a disparar um tiro na GG, razão pela qual se terá empenhado na construção da ONU,   como forma de reforçar a sua tese, de que só pela  via multilateral se almeja a Paz.

Ao referir-se aos nacionalismos emergentes por todo o mundo,  normalmente abençoados e apoiados indiretamente pela administração Trump, Macron afirmou que eles não são a forma ideal de se defenderem os interesses das nações, e que estes se opõem ao patriotismo, pois, diz-nos a estratégia, que quando os interesses das nações são de tal forma  importantes, deixam de ser negociáveis, e que indelevelmente as obrigam a lutar e a  morrer por eles, facto que se torna uma ameaça à própria Pátria e à Paz. Em sua opinião foi por causa dos nacionalismos exacerbados e da inexistência de Instituições multilaterais credíveis que  começou a GG.

Como Presidente de um dos maiores Estados -membros da União Europeia, Macron acredita que só no fortalecimento Institucional da União, tendo em vista uma maior integração, se conseguirá almejar a Paz na Europa. Neste sentido a França pretende incentivar os Estados-membros a participarem mais ativamente na Política Comum de Segurança e Defesa, PCSD, apostando na Cooperação institucional como única forma de se garantir a Paz na Europa.

Macron quer, para esse efeito, revitalizar,  as cerca de sessenta forças multinacionais já existentes na Europa, ultimamente dormentes, de que são exemplo o EUROCORPO, e a EUROMARFOR, tornando-as nas pedras base da PCSD, tendo mesmo na audiência particular que manteve com Trump, antes da supra- citada cerimónia , referido que a UE não deveria necessitar do seu aliado americano para defender as suas próprias fronteiras, tal como os USA não necessitam da Europa para defender as suas.

Como militar, especialista em PCSD, e Europeísta, convicto que sou, partilho e subscrevo a opinião de Macron.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva