Opinião

A Universidade Católica abriu o primeiro curso de medicina privada em Portugal

Assisti muito de perto ao surgimento da Universidade Católica Portuguesa, no período subsequente ao PREC, em que o ensino superior público cumpria todos os objetivos menos ensinar, eram escolas de políticos, de diletantes revolucionários, havia passagens de ano administrativas, bastava os alunos estarem inscritos para passarem de ano e se licenciarem, e nelas a maioria dos professores catedráticos mais exigentes foram saneados por, alegadamente, serem fascistas.

A Universidade Católica foi o refúgio que as famílias encontraram para dar formação superior de qualidade aos seus filhos, pois nela também se refugiaram os bons professores exonerados porque eram exigentes, logo eram fascistas.

A Universidade Católica produziu excelentes alunos, que hoje são os quadros seniores, quer da administração pública, quer privada, quer em Direito, quer em Economia, quer em Gestão de Empresas.

A UCP tem mantido os seus padrões de qualidade, já tem um quadro de professores próprio, pois só assim se formam escolas do saber, constituído na sua maioria por ex-alunos, e todos os seus alunos têm bons empregos no final dos cursos, ou seja, o mercado reconhece a excelência da sua formação.

Como em todas as instituições, cometeram erros, houve cursos, não em Lisboa, que fecharam, mas no essencial, manteve-se com um ensino de excelência.

Ontem a Universidade Católica cumpriu mais um dos seus objetivos estratégicos, abrir a primeira Universidade de Medicina Privada do País, que tenho a certeza será um sucesso, e que embora os cursos sejam extremamente onerosos, parece-me que com o tempo compensará, pela garantia de empregabilidade dos seus quadros, quer nacional, quer internacionalmente, pois numa União Europeia, com livre circulação de pessoas e bens, a empregabilidade exclusiva dos seus alunos em Portugal, não é certamente o seu objetivo único, pois a Igreja Católica é por definição uma Instituição Universal.

O ensino em Portugal, tal como a Saúde e o Setor Social, muito devem à Igreja Católica, que persegue esses objetivos estratégicos desde sempre. Se há Instituição que sabe definir objetivos estratégicos, a Igreja é o seu expoente máximo, razão pela qual tem sobrevivido durante séculos, desde a sua fundação.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva