Geral Opinião

As atitudes de Joacine e dos negacionistas são atentados à Democracia

A ideia que perpassa sobre o estado do país e do mundo, é que a intolerância ao próximo, ao diferente, é hoje muito grande, assim como a falta de solidariedade.

Extremam-se posições, manipulam-se opiniões, não de uma forma ingénua e inócua, como aparentemente pode parecer, mas de uma forma concertada, para se atingirem objetivos políticos e estratégicos bem determinados, num claro ataque às sociedades democráticas, que por o serem, têm dificuldades em atuar atempada e integradamente, opondo-se aos mesmos.

Em minha opinião, os movimentos negacionistas anti vacinas, e os movimentos pretensamente antirracistas, querendo julgar e condenar anacronicamente a história, são exemplos de movimentos populistas, embora de franjas extremistas opostas, politicamente, orquestrados nacional e internacionalmente, tendo em vista desestruturar a sociedade, e atacar o sistema democrático, o único que o permite, e por isso perante estes fenómenos se revela muito vulnerável.

A atitude de Joacine contra as obras de arte que invocam fragmentos épicos da nossa história, querendo julgá-la descontextualizadamente, bem como as ameaças dos negacionistas ao Presidente da Assembleia da República, são atitudes políticas graves e deliberadas, que por ignorância do público-alvo a que se destinam e que neles ingenuamente participam, devem ser combatidas politicamente, sendo uma oportunidade excelente para se desenvolverem políticas públicas integradas, interinisteriais, eficientes e eficazes para combater a iliteracia política, científica, e cultural do povo português.

Claro que no caso dos insultos ao Presidente da Assembleia da República o problema também é um problema de justiça, embora não seja exclusivo, como o Presidente Marcelo, o quer classificar, desvalorizando-o.

Meter a cabeça na areia como a avestruz não agir, e reagir somente perante um problema isolado, que se vai agravar, não é uma solução, e poder-se-á tornar um problema grave de coesão do estado e de segurança.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva