Geral Opinião

Ucrânia, o retorno à guerra-fria

A crer nos telejornais, nas redes sociais e na propaganda por eles propalada, numa sucessão de informação e contra-informação não devidamente tratada, a Europa parece preparar-se, para novamente enfrentar uma guerra às suas portas, em que o território Ucraniano, parece ser, mais uma vez, palco de disputas territoriais.

A Rússia mobilizou um grande contigente militar junto à fronteira com a Ucrânia, e a NATO responde afirmando que vai enviar armamento de tecnologia de ponta para a Ucrânia e os seus “Battle Groups”, ou seja, as suas forças de reação imediata, que a crer nas declarações oficiais do Secretário-Geral da Organização, irão ser utilizadas operacionalmente pela primeira vez, desde a sua criação.

Por enquanto tudo não passa de manobras intimidatórias de demonstração de força militar de ambos os lados da  fronteira, duma guerra de informação e de contra informação, cibernética e de guerra psicológica, porque ambos os lados sabem, que as armas nucleares ainda não foram desinventadas, e que estas existem em grande quantidade de ambos os lados, quer do lado da NATO, quer do lado da Rússia, o que leva a que, em minha opinião, voltemos outra vez à guerra-fria, e a ressuscitarmos todos os conceitos a ela inerentes, que pensávamos ter enterrado num passado recente.

A arma nuclear impede a existência de guerras, de conflitos militares, por ambos os lados saberem que dela não sairão nem vencedores nem vencidos. A própria existência destas armas é um factor dissuasivo de qualquer conflito militar, que sabemos que quando iniciado, embora comece por ter um objetivo limitado, a sua escalada  será inevitável.

O equilíbrio do terror volta a instalar-se na velha Europa.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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