Geral Opinião

O paradoxo do Chega

Paradoxalmente, no ano em que se iniciam as comemorações do 25 de Abril, em que se vão desenrolar inúmeras atividades e eventos comemorativos da efeméride que nos trouxe a liberdade, um partido político bafiento e saudosista, conquista cerca de 7% dos votos dos portugueses e consegue eleger um grupo parlamentar com 12 deputados.

Conheço vários camaradas de armas que tiveram parte ativa no golpe militar que depôs o anterior regime, desde o seu planeamento até à sua execução, homens que sempre foram destemidos, pois colocaram as suas vidas e carreiras em risco, muitos deles com diferentes visões da atual situação política. Homens que na atualidade estão fora do braço acolhedor das Forças Armadas, que lealmente serviram, em que a idade inexoravelmente foi avançando, e sinto-os com receio do futuro próximo e daquilo que este novo partido anti-sistema possa vir a nele fazer, inclusive que eventualmente, alguns dos seus militantes, os possam vir a perseguir fisicamente, por terem tido a coragem de mudar o sistema em que, passados tantos anos este partido anacronicamente se revê e quer restaurar.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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Nuno Pereira da Silva

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