Arte & Cultura Geral

Dia Nacional das Linhas de Torres celebrado em Mafra

No Real Edifício de Mafra – um dos quartéis-generais do exército aliado, que defendeu Portugal contra o invasor francês – os Municípios de Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira, que integram a Rota Histórica das Linhas de Torres (RHLT), celebraram o Dia Nacional das Linhas de Torres (20 de outubro). Do programa fez parte a sessão solene, um espetáculo de bailado e um singular concerto.

O Presidente da Câmara Municipal de Mafra, Hélder Sousa Silva – que deu as boas-vindas aos participantes na sessão solene realizada na Sala dos Actos Académicos, cedida pela Escola das Armas – fez o elogio do trabalho intermunicipal realizado no âmbito da RHLT: “Fazendo um balanço, apraz registar que as “vitórias” alcançadas não se restringiram aos âmbitos da investigação científica, da recuperação patrimonial e da promoção turística. A grande “vitória” registou-se no domínio do conhecimento: hoje, as pessoas sabem mais sobre este episódio histórico. Todavia, este é um desafio sempre inacabado!”.

De seguida, destacou as iniciativas realizadas no Concelho de Mafra e, já neste ano de 2021, a inauguração do Centro de Interpretação das Linhas de Torres, localizado no Complexo Cultural da Quinta da Raposa em Mafra, e a abertura à visitação do Forte da Prezinheira, situado no Vale de São Gião.

O Presidente da RHLT e Presidente da Câmara Municipal de Sobral de Monte Agraço, José Alberto Quintino, apresentou o programa de comemorações do Dia Nacional das Linhas de Torres, que se prolonga até 31 de Outubro, enumerou as principais atividades dinamizadas pela Rota em contexto de pandemia e anunciou a entrega dos prémios “Wellington Honour” a diversas entidades que contribuem para a valorização das Linhas de Torres:

  • Na categoria “Acessibilidade e Inclusão”, a Accessible Portugal;
  • Na categoria “Ambiente e Sustentabilidade”, a Associação de Defesa do Ambiente de Loures;
  • Na categoria “Cultura e Criatividade”, a Associação 13 de Setembro de 1913;
  • Na categoria “Desporto e Aventura”, o Clube de Atividades ao Ar Livre;
  • E na categoria “Promoção e Divulgação”, Friends of the Lines of Torres Vedras.

O programa deste dia continuou na Sala Elíptica com o espetáculo de bailado “Invasão”, com coreografia de Susana Galvão Teles e música original de Abel Chaves, e culminou com um concerto no Claustro Sul, juntando carrilhão, trompete, percussão e soprano, sob o título “Bonaparte vs. Wellington – Batalha musical”, com direção musical de Abel Chaves.

SOBRE AS LINHAS DE TORRES

As Linhas de Torres foram um sistema militar defensivo, erguido a norte de Lisboa, entre 1809 e 1810. No mais profundo secretismo, foi traçada uma estratégia de defesa que consistiu em fortificar pontos colocados no topo de colinas, para controlar os caminhos de acesso à capital de Portugal, reforçando os obstáculos naturais do terreno. Este sistema, constituído por três linhas defensivas, estendia-se entre o oceano Atlântico e o rio Tejo, por mais de 85 km. Quando concluído contava com 152 obras militares, armadas com 600 peças de artilharia e defendidas por cerca de 140 000 homens, tornando-se no sistema de defesa mais eficaz, mas também o mais barato da história militar, determinando o início da derrota das tropas napoleónicas.

Fonte: CMM