Geral Opinião

A revolta na China

Foto: Hector RETAMAL / AFP

Tiananmen, está na memória de todos quantos acompanhamos a política internacional, sobretudo a política chinesa e a terrível opressão que o Partido Comunista Chinês, que se confunde com o próprio Estado Chinês exerce sobre a liberdade das pessoas.

A pandemia do Covid que os chineses, por terem usado uma vacina própria e pouco eficaz, não foi vencida, e apesar dos confinamentos draconianos a que sujeitam a população, parece não a estarem a conseguir contê-la.

O incêndio num prédio que matou 10 pessoas, por este estar fechado ao exterior, por nele haverem casos de Covid, foi a gota de água para o início duma revolta contra o recém reconduzido e reempossado Xi Ji Ping, que no Congresso afastou publicamente o anterior Presidente, expulsando-o da sala, por este ser adepto de uma maior abertura, embora não muito grande, do regime ditatorial chinês.

Embora na China haja um controlo muito eficiente de toda a população, quer através dos novos meios eletroeletrónicos modernos Orwellianos, combinados com um sistema de denúncias e de informadores muito eficiente e muito bem integrada na própria idiossincrasia comunista, que teve enorme respaldo na China, pois o partido soube entrosar-se e integrar-se na cultura dos povos que domina.

Mesmo numa civilização diferente e com valores diferentes dos nossos, estas manifestações poderão revelar que existe alguma vontade de mudança num país de paradoxos em que o Capitalismo puro e duro na economia consegue conviver com um sistema político comunista.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma