Opinião

A Pandemia e o excesso de confiança

Sempre que tive e que ministrei instrução de explosivos, referiram-me e eu também, que o pior que pode acontecer a quem lida frequentemente com este material, é o excesso de confiança que ganhamos com a prática, ou seja, que por esse motivo eventualmente, poderemos descurar alguns ou todos os procedimentos de segurança básicos.

O primeiro camarada de curso que, infelizmente faleceu, ainda como oficial subalterno, morreu por excesso de confiança, ao pegar numa granada de morteiro, meia – destruída, mas cuja espoleta não tinha armado, tendo-lhe esta como consequência do irrefletido ato de a apanhar, lhe rebentado nas mãos.
Aconteceram-me coisas semelhantes, em que arrisquei a vida por curiosidade, e por excesso de confiança, quer com explosivos, quer com algumas outras temeridades que cometi, por exemplo a conduzir que, por sorte não tiveram consequências de maior.

Esta introdução vem a propósito do excesso de confiança, com que poderemos estar a ter, com esta segunda vaga da Pandemia, em que passado o terror inicial e, com o tempo e o hábito ganhamos à vontade, baixamos a guarda em relação aos procedimentos básicos de segurança e apanhamos a doença, e pior que isso podemos transmiti-la a alguém dum grupo de risco, com consequências que podem vir a ser dramáticas.

Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva

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