Adiámos, mais uma vez, a visita aos familiares mais chegados, alguns que não vemos há um ano, outros que vimos ao postigo de máscaras envergando, acenando à distância de dois metros. Enfim, vamos adiando a vida as emoções, os sentimentos e os afetos, alguns nunca mais terão lugar, na terrena vida que habitamos.
É preciso, é necessário, cumpro, mas dói-me a alma, pois para protegermos os nossos pais e protegermos a sociedade como um todo, ostracizamos os mais velhos, acabando por ostracizar os nossos entes mais queridos.
Não sabemos quanto mais tempo dura a pandemia, sabemos sim que a vacinação com vacinas que usam o Ácido Ribonucleico, RNA, parecem eficazes, pois a tecnologia e a investigação relativa a este ácido, estava muito evoluída, tinha décadas de investigação, embora direcionadas para o cancro, onde se pensa que com recurso a esta nova tecnologia, se podem fazer vacinas personalizadas para cada doente, de acordo com o seu cancro específico.
Esta possibilidade, em fase de estudo bastante evoluída, de fazer vacinas à medida e num prazo curto, de sensivelmente um mês, para cada cancro e para cada doente, são garantias de que as vacinas com base nesta tecnologia, se poderão continuamente modificar para adaptar a cada nova estirpe do vírus responsável pela Covid, num curto espaço de tempo.
A vacina foi concebida num tempo recorde, no entanto, as investigações científicas e a tecnologia para as fazer tinham décadas de trabalho de cientistas, alguns anónimos que trabalham continuamente para que se possa melhorar a nossa vida, inclusive na velhice, uma vez que esta tecnologia também a poderá reverter, ou seja, o homem parece estar cada vez mais perto da sua imortalidade, com consequências imprevisíveis de todos os pontos de vista, inclusive éticos que, poderão fazer retardar a sua evolução, mas que serão impossíveis de a travar.
Enfim, é o adorável e imprevisível mundo novo a surpreender-nos diariamente, resolvendo alguns problemas e despoletando novos.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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