Geral Opinião

A batalha contra o Hamas e obsoletismo das armas nucleares

Foto: CNN Portugal

Com as duas guerras que coexistem em simultâneo no mundo, penso podermos tirar uma grande conclusão geral, de que a guerra nuclear é mesmo algo do passado, e que a dissuasão existe mesmo, pois todos os decisores sabem que se alguma vez esta for utilizada, o fim do mundo estará perto de ocorrer, e ninguém mais lucraria com a guerra, em termos de ganhos de poder, sendo este no meu conceito o sincretismo de todos os poderes, militar, económico, financeiro, territorial, entre todos os outros, que a geopolítica e a geoestratégia informam.

Na guerra da Ucrânia foram já ultrapassadas todas as linhas vermelhas russas, tendo inclusive Moscovo sido atacada várias vezes por drones, assim como parte do deu território, apesar de todas as ameaças de uso do arsenal nuclear e do recente anúncio de recomeço de novos testes nucleares por parte da Rússia .

Na última batalha em curso, da guerra Israelo-Palestiniana, a batalha contra o Hamas pela posse de Gaza e o extermínio da sua população, o Irão fez circular um cartaz de propaganda, que representava o seu mais recente míssil a sobrevoar as suas instalações nucleares, numa clara ameaça, de que poderia utilizar uma eventual arma nuclear, caso fosse atacado, arma essa que tem tentado desenvolver nos últimos anos, e que ninguém atualmente pode ter a certeza se já teve, ou não, a capacidade de concretizar efetivamente, bem como também recentemente um ministro do governo de Israel foi suspenso de funções, embora não demitido, por ter feito uma declaração irresponsável e inaceitável, afirmando que em Gaza se deveriam utilizar armas nucleares para se resolver de vez o conflito, armas que todos sabemos que Israel, embora não oficialmente já dispõem, mas que não pode de forma alguma usar nem sequer com elas ameaçar, embora no território em questão, já tenham sido detonados explosivos clássicos, que no seu somatório têm um potencial superior a uma arma nuclear semelhante às usadas em Hiroshima e Nagasaki.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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