Geral Opinião

A banalidade do horror

O mundo inteiro comoveu-se com o fim trágico duma criança marroquina de 5 anos, que caiu num poço estreito, com cerca de 40 cm, tendo ficado preso numa saliência a cerca de 30 metros de profundidade em relação ao nível do solo.

As operaçōes de resgate, registadas em direto, foram visionadas por milhões de pessoas nesta nossa aldeia global,  tendo durado cerca de 100 horas, p que não sendo muito para a complexidade da Operação, terá sido fatal para a criança, que presume-se terá sucumbido por múltiplos factores, dos quais a hipotermia, eos ferimentos provocados pela queda, não terão sido dispiciendos.

O facto da criança  ter sucumbido mereceu inclusive uma menção  especial do Papa Francisco na benção dominical na Praça de São Pedro, referindo a solidariedade de todo p mundo com a dor dos pais e da família do miúdo.

Infelizmente vemos imagens de crianças refugiadas a sucumbir nas perigosas  travessias marítimas rumo à Europa, de crianças esfaimavas na Etiópia, e noutros países africanos, e não nos comovemos com elas, pois a rotina com que somos confrontados, bombardeados,  diariamente nos Órgãos de Comunicação  Social, torna o horror aceitável, torna-o banal, fazendo-nos ver sem realmente vermos.

Nuno Pereira da Silva