Num dos institutos de investigação de tecnologia de prestígio nacional, pertencente a um instituto universitário de prestígio nacional, há em média por ano 100 candidatos para efetuarem o terceiro ciclo de estudos superiores universitários, e desses que iniciam o doutoramento, PhD, somente o terminam três, ou seja, quatro anos depois do início. Hoje o
tempo mínimo necessário para o concretizar, só este reduzido e despiciendo número de investigadores, apresenta teses de doutoramento, ou seja, só três terminam os seus projetos de investigação.
Este reduzido e quase insignificante número final de doutorados, é sinal que algo muito errado está a acontecer na investigação de ponta nacional, se comparados com a maioria dos institutos de investigação europeus, onde em média, metade dos alunos que se inscrevem para fazer os seus doutoramentos, chegam ao seu final.
Em minha opinião, existem algumas ilações a tirar destas desistências, ou seja, que em Portugal as empresas não contratam para os seus quadros, doutorados, alegando excesso de formação, que a Investigação Científica em Portugal praticamente não existe, que sem investigação não há desenvolvimento, e que sem as duas, não há progresso e bem-estar, ou
seja, o estado não pode cumprir o seu desígnio.
Assim não vamos lá! Saudades do Mariano Gago, o único Ministro da Educação que se preocupou até hoje com a Investigação Científica e Tecnológica, neste jardim à beira-mar- plantado, que por falta dela está condenado a ficar sempre na cauda da Europa.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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