Com o fim das obras de alargamento do Canal do Panamá, para nele poderem passar navios de grande calado, super-porta-contentores designados por Póx-Panamáx, que transportam mercadorias da Região da Ásia-Pacífico, para a Europa, o Porto de Sines poderá tornar-se mais relevante para a economia nacional.
Portugal é o primeiro país europeu que, geograficamente se encontra mais perto do Panamá, facto que poderá tornar o Porto de Sines, finalmente, competitivo em relação aos seus congéneres europeus, pois é um porto de águas profundas com capacidade de receber navios de grande calado, com capacidade de nele se construírem mais terminais de contentores, e sobretudo tem capacidade e espaço suficiente para nas suas redondezas se instalarem novas
empresas produtoras, fábricas e exportadoras, bem como de se construírem grandes armazéns, facto que não existe na maioria dos portos europeus, o que conjugado com a menor distância em relação ao renovado Canal do Panamá, o poderá tornar competitivo.
Se Sines apresenta várias vantagens em relação aos portos congéneres europeus, apresenta também grandes desvantagens, nomeadamente uma deficiente ligação ferroviária, rodoviária e aérea à Europa, cujos projetos estão há vários anos a marcar- passo, tendo sido todos suspensos com a intervenção da Troika.
A ligações rodoviárias a Beja, ao seu aeroporto e à autoestrada de Évora em direção a Espanha necessitam de ser finalizadas, bem como é urgente e necessário construir uma ligação ferroviária de alta-velocidade à Europa, infraestruturas sem as quais o Porto de Sines nunca poderá ser uma opção competitiva face aos seus congéneres, pois as ligações à Europa, só se poderão fazer por “Transshipment”, ou seja, só poderão ser feitas para outros navios mais
pequenos, que dele rumem para outros Portos Europeus.
Para além destas infraestruturas supracitadas, é necessário que empresas internacionais operadoras de portos estejam interessadas a operar em Portugal, sendo para isso fundamental lançarem-se concursos públicos para o efeito, que sejam o mais alargados possível, e que limitem o seu acesso exclusivo à China.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
Adicionar comentário