Geral Opinião

Um analfabeto no século XXI é aquele que não quer aprender

Alvim Toffler e sua mulher Heidi Toffler, foram uns visionários, que nos finais do século XX tiveram grande influência no mundo global, mas muito em especial na grande reestruturação efetuada pelas Forças Armadas dos EUA, preparando-as para o futuro.

Foi com ele que li pela primeira vez, na década de noventa, que num futuro próximo, o teletrabalho poderia substituir em grande parte o trabalho de escritório, bem como foi com as leituras dos seus livros, que me debrucei pela primeira vez sobre a inevitabilidade da globalização e o declínio do Estado-nação, que numa analogia ao fim do feudalismo e, ao fim das portagens alfandegarias entre os territórios feudais, prospectivava o fim do Estado-nação, dizendo que essas fronteiras alfandegárias entre Estados, teriam inexoravelmente, no futuro, de desaparecer, prospetivando numa primeira fase a construção de Alianças Regionais entre Estados, de que a UE pode ser um exemplo.

Toffler neste mundo em mudança constante, dados os avanços também constantes e exponenciais da tecnologia, reflete sobre a necessidade do homem estar ele também constantemente a aprender e a reaprender, afirmando a este propósito que o analfabeto do século XXI, não é o que não sabe ler nem escrever, é aquele que não tem capacidade ou não quer, nem está disposto a aprender, pois neste século novos empregos e novas formas de trabalhar vão surgir, e outros vão inexoravelmente extinguir-se.

Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva