Agravamento do número de internamentos colocou Portugal novamente numa situação que não se verificava desde Fevereiro.
O indicador pertence ao Instituto Superior Técnico e à Ordem dos Médicos, referindo-se à resposta do Serviço Nacional de Saúde perante a situação pandémica. O facto de termos chegado novamente a um “nível crítico” significa que o tratamento de pessoas com outras doenças poderá começar a ficar comprometido.
O limite máximo deste indicador situa-se nos 100 pontos, no entanto, no domingo, 23 de Janeiro, o País estava já nos 102.14 pontos devido ao aumento de novos casos, internados em enfermaria e cuidados intensivos, índice de transmissibilidade e ainda incidência de infeções pela Covid-19.
Quando o limite é ultrapassado, o “Serviço Nacional de Saúde tem de alocar mais recursos e começa a ter de passar os doentes que não têm Covid-19 para segundo plano. Há muitos tratamentos que começam a ser adiados”, disse o matemático Henrique Oliveira, membro da equipa responsável pela elaboração deste indicador, em declarações à Lusa, citado no “Observador“.
A única altura em que este indicador tinha sido ultrapassado foi entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021, quando se registou maior pressão sobre os Serviço Nacional de Saúde. No entanto, nessa altura, o número de internamentos era muito superior ao atual (máximo de 6.869), assim como o número de óbito (acima dos 300 a 28 e 31 de janeiro).
Segundo o matemático, o indicador não irá atingir os 120 pontos, valor em que o País entra no nível de catástrofe na resposta de saúde.
“O ideal era termos tido uma taxa de contágio que mantivesse a resposta dos serviços de saúde sem hipotecar os cuidados das outras doenças, o que está a começar a não acontecer. O indicador está a oscilar à volta dos 100”, conclui o matemático.
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