Opinião

Os impostos em Portugal

Ao ouvir o debate na Assembleia da República, com a presença, ora rara do primeiro-ministro, fiquei elucidado com o profissionalismo das esquivas às perguntas por parte do chefe do governo e da desfaçatez com que devolve as perguntas aos seus interlocutores da oposição, quando lhe falam da atual insuportável carga fiscal sobre a classe média, continuando a acusá-los de terem feito o maior aumento de impostos, durante a última crise.

É verdade que nessa altura a carga fiscal aumentou muito, mas os governos de António Costa, tudo mantiveram e ainda aumentaram outros impostos indiretos, o que faz com que em Portugal, o somatório de impostos, taxas e contribuições para a Segurança social atinja valores mais elevados, percentualmente, que nos Países Nórdicos, os países com maior carga fiscal da UE, que em contrapartida têm serviços públicos de Excelência, que não são pagos, de que é exemplo o Ensino Universitário.

Os contribuintes portugueses, os que não são isentos de impostos, desunham-se para obrigatoriamente cumprirem as suas obrigações fiscais desadequadas aos rendimentos que auferem sem acederem a serviços públicos, de Excelência que o justifiquem, razão pela qual fico sempre indignado com o uso da palavra contribuinte, quando esta está relacionada com o pagamento obrigatório de impostos.
Sabemos que na língua portuguesa um significante pode ter vários significados, alguns deles paradoxalmente opostos, como é o caso da palavra contribuinte que, tem dois significados, ou seja aquele que contribui voluntariamente para uma causa, e o que obrigatoriamente paga os seus impostos devendo , em minha opinião, esse significante ser trocado por outro ou outros à semelhança da língua Inglesa que, usa o termo de Tax Payer.

Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva

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