Opinião

O Planeamento de desconfinamento

Qualquer plano que se faça está sujeito a alterações, pois estes têm como base pressupostos que podem não se verificar, ou seja, baseiam-se em algo que esperamos que se concretize.

No caso do plano de vacinação, um dos pressupostos em que se baseou o plano, era que não haveria interrupção nem diminuição no fluxo de entrega das vacinas, conforme informação procedente da comissão em Bruxelas.

Não se mantendo um, ou mais pressupostos de planeamento, é preciso ir alterando o plano, e consequentemente ir alterando o ” Road Map”, o calendário da vacinação, bem como ir ajustando as prioridades. Todos os planos são alteráveis, ajustáveis, de acordo com a realidade.

Um plano de desconfinamento que se venha a realizar, tendo como resultado final a elaboração dum calendário de desconfinamento, ou seja, um cronograma de desconfinamento, tem também que se basear nalguns pressupostos de planeamento, nomeadamente o número de testes que se possam realizar, por forma a que se possa determinar, constantemente, o
fator de transmissibilidade e de se poderem interromper cadeias de transmissão, tendo em vista não fazer novamente colapsar o SNS.

Quando algum dos pressupostos deste novo planeamento se alterar, tem que se alterar, ajustar, o planeamento do desconfinamento, ajustando-o à realidade, facto que imediatamente terá efeito no calendário de desconfinamento planeado, podendo atrasá-lo ou mesmo fazer com que haja regressão em alguns sectores de atividades cujo desconfinamento já tenha sido efetuado.

Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva

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