Geral Opinião

O incompreensível esquecimento dos falecidos em combate Mafrenses.

Batalha de La Lys

O objetivo político que nos levou para a Grande Guerra foi o de manter as colónias ultramarinas, quando a guerra acabasse.

Comemora-se  no dia 9 de Abril, o aniversário da Batalha de La Lys na GG, e normalmente em todos os concelhos do país  este evento é comemorado, com homenagens aos seus militares, que tombaram ao serviço da Pátria, nas diferentes guerras em que participámos, ou às portas dos edifícios camarários ou em monumentos  construídos para o efeito. Malogradamente em Mafra, concelho com tradições militares, não existe esta tradição, nem foi erigido nenhum monumento para o efeito.

No dia 9 de Abril de 1918, há 102 anos, os  Alemães executaram um ataque contra os aliados, tendo em vista conquistar a região de Ypres e controlar os portos Belgas, para impedir o reforço de tropas vindas do Reino Unido. Foi a quarta batalha nesta  tão fustigada região de Ypres na Flandres.

Os Alemães efectuaram o ataque principial na primeira linha de trincheiras, entre a Quadragésimo  Divisão do Reino Unido no flanco esquerdo e a Quinquagésimo quinta  Divisão no flanco direito, exatamente onde pensavam estar o Ponto Fraco da defesa, ou seja a posição das Nossas Tropas.

O Corpo Expedicionário Português, de acordo com a missão recebida, resistiu o mais que podia, tendo morrido quase todos os nossos militares  na posição.

O soldado Aníbal Augusto (Milhais da parte da mãe) de Valongo, com a sua metralhadora foi o símbolo da resiliência portuguesa, sendo por isso ainda hoje recordado, com o cognome de soldado milhões, por ter alegadamente  morto muitos alemães (milhões)

A nossa conduta heróica, permitiu aos aliados terem tido tempo de retirarem e se  organizarem na segunda linha de defesa, impedindo os alemães de conquistarem o objetivo em profundidade.

Esta batalha foi o ponto de viragem da GG, pois os aliados a partir dela inverteram o rumo da Guerra e  começaram a ganhar terreno.

A conduta do nosso povo em combate foi brilhante, distinta, muito importante para esta reviravolta da guerra.

Portugal cumpriu.

No final da guerra juntámo-nos aos vencedores e alcançámos o objetivo político que pretendíamos, manter a posse das colónias.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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