Hoje, saiu um relatório realizado pelo ISCTE de Lisboa, sobre o emprego jovem da geração mais bem formada de sempre, incidindo sobre vários tópicos, de que destaco a sua qualidade e perspetivas futuras, com algumas conclusões que deveriam ser todas em consideração pelo governo nacional.
Como pai de dois jovens mestres, vejo neles um desejo incontido de sair do país, essencialmente porque os primeiros empregos são escassos, a maioria são estágios não remunerados, e os que são, ou são precários, falsos empresários em nome individual a recibo verde, muito mal pagos, ou não o sendo, são igualmente muito mal remunerados e sem perspetivas de o virem a ser, a médio longo /prazo, ou seja, não vislumbram que neles possam, algum dia, virem a ter ordenados superiores, à medida que progredirem nas respetivas carreiras.
A atratibilidade desta geração para irem trabalhar noutros Estados-membros da UE é grande, porque à partida auferirão mais, muito mais, e têm perspetivas de a médio-longo prazo poderem vir a progredir na carreira, auferindo de ordenados muito superiores e de acordo com a sua senioridade.
A grande diferença em relação à minha geração, saída das faculdades a meados da década de oitenta, em plena governação de Cavaco Silva, é de na altura havia emprego para quase todos os jovens recém saídos das faculdades, e sobretudo havia perspetivas de um futuro melhor, havia esperança, muita esperança, pois o país estava a convergir com os outros países da UE, algo que nunca mais aconteceu, nem há esperança que venha a acontecer.
A pobreza endémica, que sempre nos obrigou a sair do país, conquistar mundos, e posteriormente a emigrarmos para a Europa, não nos larga, nem mesmo com PRR’s e Fundos de Convergência.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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