Sempre considerei e considero que as religiões têm tido um papel fundamental, na história e na definição da identidade em vários e diferentes planos, tendo a moral e os conceitos do pecado muito marcado, a ética e a formulação dos princípios que a regem.
A liberdade que Abril trouxe, inclusive a liberdade de culto, tendo Portugal passado a ser um estado laico.
Mário Soares, um dos pais fundadores da democracia portuguesa identificava-se como republicano, socialista e laico, ou seja, estas três ideologias eram de tal maneira intrínsecas e identitárias, que não raras vezes se apresentava como sendo o seu produto e com ele se confundindo.
A religião dominante em Portugal ainda é a Católica, no entanto todos os outros credos, inclusive o ateísmo, que eu considero um credo, são admissíveis, devendo ser respeitados.
Tenho alguns amigos e camaradas de armas espíritas, que levam e vivem de acordo com a sua religião, sendo os pensamentos do Kardech, o seu guia e livro de cabeceira.
Com um deles que se afirmava como Cristão e Espírita, tive grandes e longas conversas, pois eu considerava, e considero, a doutrina espírita contrária e inconciliável com a doutrina Cristã e com o Catolicismo, pois na sua essência, ou seja nos seus dogmas, há divergências inconciliáveis, relacionadas com a vida “post-mortem” .
Os espíritas consideram que o espírito quando sai dum corpo, “post-mortem” reencarnará num outro corpo, normalmente sempre num ente superior e, os Cristãos consideram que a alma, quando sai dum corpo humano, pois só os humanos têm alma, será julgada e irá para o céu, inferno ou purgatório para se redimir dos pecados, antes de entrar no céu e, que esta no dia do juízo-final ressuscitar com Cristo.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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