Geral Opinião

O atentado em Moscovo

Fonte: Folha UOL

O terrorismo islâmico continua a ser uma ameaça às sociedades europeias, de que a Rússia faz parte, malgrado atualmente a Europa estar mergulhada novamente numa guerra convencional na Ucrânia, pelo que estamos a constatar neste último atentado em Moscovo, e no atentado em Israel.

O terrorismo internacional islâmico, infelizmente tem sido utilizado, por vezes, como uma forma de estratégia indireta das grandes potências, que os utilizam para desestabilizar adversários e lhes diminuir a credibilidade, assim foi com o Al Qaeda utilizados pelos EUA contra a Rússia no Afeganistão e o Hamas utilizado por Israel, para diminuir o poder autoridade palestiniana.

Esta utilização desta estratégia pode dar resultados a curto-prazo, mas a médio/longo-prazo acabam por se voltar contra os seus criadores, como vimos no ataque as Torres Gémeas nos EUA bem como no recente ataque terrorista em Israel, que foi o catalisador do genocídio que está a ocorrer em Gaza.

O DAESH que teve origem no Iraque, nascido após a invasão do Iraque por uma cisão do Al Qaeda, na região Sunita Iraquiana, com restos do Exército de Saddam e apoiado pela sua tribo e pelas tribos sunitas do Iraque e da Síria, transformou-se numa ameaça global, mais ativa, após ter sido derrotado em Mossul, pelos curdos e iraquianos apoiados pelos EUA e pelo governo da Síria, apoiado pela Rússia nas cidades de Alepo e Palmira.

O DAESH desde a sua aparente derrota na região das tribos sunitas do Iraque e da Síria, expandiram o seu ideal para África, e para todo o Cáucaso, assumindo diversas designações, tendo efetuado uma ação recentemente no Irão, que apoiou e apoia a Síria, que como vimos derrotou o estado Islâmico na Síria e ora atacou o coração da Rússia em Moscovo.

Esta ação terrorista contra a Rússia fragiliza-a em termos de credibilidade das suas instituições, fragiliza o poder do ditador Putin, e de qualquer forma em termos estratégicos, está em linha com a estratégia ocidental de fragilizar e diminuir o poder da  Rússia.

Não acredito em bruxas, mas qua as há, há!

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma