A força marítima internacional para proteger a navegação contra os Houthis do Iémen.
O Secretário de Estado norte-americano da defesa, Mr Austin, anunciou ontem a formação duma Força Marítima Multinacional, para garantir o livre acesso por via marítima, aos navios que queiram passar pelo Golfo de Aden em direção ao Mar Vermelho, para posteriormente passar pelo Canal do Suez, em direção ao Mediterrâneo.
Esta Força Marítima Multinacional será constituída pelos EUA, França, Reino Unido, Espanha e o Bahrein, o único Estado Árabe que integra a força, o que mostra a solidariedade Árabe para com os palestinianos de Gaza, uma vez que os Houthis do Iémen afirmam estar a atacar somente os navios de pavilhão de Israel, que sejam propriedade de empresas israelitas, ou que de qualquer forma estejam relacionados com este país, a quem declararam guerra na sequência da invasão de Israel a Gaza.
Curiosamente nem o Egipto, país a quem é pago pecuniariamente um avultado direito de passagem, por cada navio que atravesse o Suez, quis integrar esta Força Marítima Multinacional, e crê-se que o Bahrein só a integrou por grande pressão dos EUA, que nele têm uma importante base militar e consequentemente têm bastante influência no governo do país.
Com esta força, a região que já era patrulhada por uma Força da UE, no âmbito da Operação Atalanta, que há cerca de vinte anos nela opera para garantir a segurança dos navios que pretendem atravessar o Suez, contra a pirataria que normalmente tem origem na Etiópia e que ao contrário dos Houthis do Iémen, que afirmam atacar somente navios com interesses judaicos, estes atacam indiscriminadamente navios de todos os pavilhões, embora com menos sofisticação que os Houthis que inclusive utilizam helicópteros para tomar de assalto os navios.
Com esta insegurança na região teme-se um agravamento nos preços de alguns produtos provenientes da Ásia em direção à Europa, pois alguns navios estão a optar por fazer a rota do Cabo o que encarece enormemente o custo do transporte, que inexoravelmente se vai refletir no preço final dos produtos.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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