Geral Opinião

Israel quer abrir nova frente de guerra

Foto: Progressive International

O Primeiro-ministro de Israel está numa luta de sobrevivência política e pessoal, pois sabe que se o seu governo cair irá preso por corrupção e eventualmente  por crimes de guerra, perpetrados em Gaza, no terrível martírio que está a provocar, e que provocou nestes seis meses de guerra contra o Hamas. 

Para evitar caír, como qualquer fera enjaulada que nada tem a perder, o Primeiro-ministro de Israel, parece não se importar de escalar o conflito, no Sul do Líbano contra o Herzbolah, ou seja, na região das tribos Xiitas  do dilacerado e dividido país, que como todos os da região têm tribos Xiitas, Sunitas e Católicas, pois na região consideram os bispos como uma espécie de chefes tribais, assim como de o escalar para outros Teatros Operacionais nomeadamente, a Síria, e eventualmente até contra o próprio Irão, numa fuga para a frente.

Qualquer movimento que Bibi esteja a planear também tem na sua génese o facto de não querer perder o apoio dos EUA que está cada vez mais periclitante, pois Biden para não perder as eleições nos EUA, pois de acordo com as sondagens está a perder o apoio dos jovens, parte importante do eleitorado democrata.

A retirada de algumas forças de Gaza, com o pretexto de terem de descansar, pode ter outra leitura, ou seja  o de as prepararem, recompletarem, e concentrarem noutro local, para entrar no Sul do Líbano ou mesmo eventualmente na própria Síria, pois do alto dos ocupados à Síria Montes  Golã, há um enorme planalto que conduz a Damasco que é muito perto.

Qualquer que seja o seu intuito  vai depender da reação do Irão, ao ataque que este sofreu na capital da Síria contra o seu consulado, não estando, em minha opinião, descartada uma contra-resposta diretamente ao território do próprio Irão, território que atacam há vários anos, nomeadamente destruindo todas as eventuais instalações onde tenham informações fidedignas, que eventualmente esteja a ser desenvolvida tecnologia importante para o desenvolvimento de armamento nuclear, conforme me mostraram, in loco, numa visita que efetuei a uma base aérea Israelita no norte do país.

Em Israel os fins justificam os meios, e o escalar do conflito parece nāo importar a Bibi, ou seja, o mais importante é a sua manutenção do poder, nem que para isso tenha de alargar o conflito diretamente contra o Irão, obrigando os EUA a entrar numa guerra, que até à data, não tem querido travar.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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