Já há vários anos que se fala da profissionalização total das Forças Armadas Portuguesas, dezenas de estudos e de livros foram produzidos sobre o assunto, já foram escalpelizadas todas as vantagens e desvantagens, desta opção do modelo para o recrutamento nas Forças Armadas Portuguesas.
A decisão que estava para ser tomada esta semana, no sentido duma maior profissionalização das Forças Armadas, com a criação dum quadro de praças do quadro permanente voltou para trás, para o Exército e a Força Aérea, realizarem mais estudos sobre o assunto e assim se caminhar no sentido da profissionalização total.
Qualquer novo estudo que se faça ou mande fazer, no Exército e na Força Aérea, será sempre contra a criação dum quadro permanente para praças, essencialmente por razões operacionais, pois a partir de certa altura, teríamos um elevado número de praças, incapaz fisicamente, de cumprir a missão por excesso de idade.
A eventual decisão sobre a criação dum quadro permanente de praças é estritamente política e só política, pois tudo já foi escrito sobre o assunto, desde que acabou o serviço de conscrição.
O atual modelo de recrutamento de praças voluntárias, com a possibilidade de após a recruta poderem efetuar um reduzido número de contratos, não está a resultar, encontrando-se atualmente as Forças Armadas a tender para o zero operacional, parecendo-me que, ou se avança desta semiprofissionalização, atualmente vigente, para a criação dum quadro permanente de praças, ou teremos de voltar à conscrição.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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