Nos últimos meses a chamada Síndrome Inflamatória Multissistémica disparou em pessoas de todo o mundo, inclusive em Portugal, mas o aumento do aparecimento de casos em crianças preocupa os especialistas.
O primeiro caso da MIS-C foi reportado na Unidade de Infecciologia do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, em Abril de 2020, mas a subida das infeções que ocorreu no início deste ano fez aumentar também o número de diagnósticos deste síndrome.
Os especialistas dizem que é rara e grave, atingindo vários órgãos e podendo deixar mazelas, sobretudo no coração. Apresenta, normalmente, sintomas como febre alta, dor abdominal, entre outros, manifestando-se entre quatro a seis semanas após o pico da infeção.
Numa publicação avançada pela “TSF”, três hospitais do nosso país tiveram cerca de 83 crianças e jovens diagnosticadas com este sindrome grave e muitos dos casos as crianças nem sabiam que tinham estado infetadas com Covid-19.
Mais de metade dos casos diagnosticados obriga ao internamento nos Cuidados Intensivos, tal explica-se pelo facto da MIS-C ser “uma complicação rara, mas grave da covid-19“, já que “atinge múltiplos órgãos e pode deixar cicatrizes nos órgãos quando há envolvimento cardíaco, respiratório ou neurológico“, indica Maria João Brito, da Unidade de Infecciologia do hospital lisboeta.
O alerta a nível europeu quanto a esta doença foi dado em Novembro de 2020, quando foi publicado um estudo descrevendo os seus efeitos na segunda revista mundial com maior impacto em Cardiologia, a Circulação.
Este estudo concluiu que crianças com síndrome inflamatória multissistémica pediátrica devem ter acompanhamento específico para afastar manifestações cardiovasculares, como choque, arritmias cardíacas, derrame pericárdico e dilatação das artérias coronárias.
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