A razão pela qual os antigos países do Leste se têm desenvolvido mais que Portugal, muito embora estejam à menos tempo na união Europeia, prende-se mais com a geografia e a geopolítica, do que com a História, como referiu António Costa “en passant”, num debate, numa das televisões.
A Alemanha reunificada voltou a ter influência determinante nos países circundantes, numa região definida por Ratzel como o seu espaço viral, o seu espaço de expansão, o seu espaço de interesses vitais, pelos quais, como dizemos em estratégia, se morre.
A Alemanha foi um dos estados-membros responsáveis e, concomitantemente, o maior beneficiário da adesão precipitada dos países de Leste à UE, sem cumprir nenhuns requisitos mínimos prévios, em contra-posição com os que foram pedidos “in ilo tempore”, e a título de exemplo a Portugal e à Espanha
O facto destes países se situarem na vizinhança da Alemanha e na sua zona de interesses vitais, fez com que vários investimentos alemães se fizessem, e se façam preferencialmente nesses países, ou seja, nestes países têm havido muitos investimentos iguais ou superiores ao da nossa Auto-Europa.
É de realçar ainda que, os custos com pessoal nesses países são semelhantes aos portugueses, e que neles existem elites mais educadas e pessoal com maior formação técnica que em Portugal.
Pelas razões elencadas, aliadas à nossa endémica falta de planeamento, é mais que natural que, alguns países do Leste, nos tenham já ultrapassado, ou estejam quase a ultrapassar, em termos de índices económicos e de desenvolvimento, apesar da sua adesão à UE ter sido mais recente do que a nossa.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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