Opinião

A imortalidade de Eduardo Lourenço

Faleceu Eduardo Lourenço um extraordinário filósofo e pensador português que, passou a maior parte da sua vida em França, terra de onde pensou Portugal, a sua identidade e prospetivo o seu futuro.

Como dizia Saramago é preciso sair da Ilha para ver a Ilha e o nosso filósofo a partir de França viu claramente a Ilha e afirmou a propósito da nossa identidade que esta se encontrava inscrita nos Lusíadas que Camões cantou.

Ensaísta, insigne leitor de português em várias universidades europeias, tendo como os nossos melhores pensadores e artistas, sido primeiro reconhecido internacionalmente e só depois, cá pelo burgo.

Conheci-o pessoalmente no IDN, já muito frágil, quase sussurrando as palavras num auditório repleto, silencioso, ávido de o ouvir e de não perder palavra, no sentido de perceber na totalidade a profundidade da sua reflexão sobre Portugal e a Europa.

A propósito da morte, o pensador referia que esta não era pensável, era uma ausência. Vamos sentir a sua ausência, certos da imortalidade do seu pensamento.

Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva

Acerca do autor

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

Adicionar comentário

Clique para comentar