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A guerra na Ucrânia é uma oportunidade da Igreja Católica integrar a Igreja Ortodoxa Ucraniana

O Globo

As Jornadas Mundiais da Juventude este ano realizam-se com uma guerra na Europa em pano de fundo, assunto a que o Papa vai obrigatoriamente ter de aludir nas suas homílias e nos seus discursos, nesta festa da juventude, que tem como objetivo renovar a Igreja, quer com novas vocações, quer com leigos mais conscientes e responsáveis, não deixando de mostrar ao mundo o Soft Power da Igreja, que continua a ser capaz de mobilizar os seus fieis em todo o mundo com a mensagem sempre atual de Cristo.

A Santa Sé, como todos os estados, move-se por interesses, sendo um dos mais relevantes desde o início dos tempos, o de anunciar a mensagem de Cristo e converter os infiéis, ou seja, o de alargar a sua área de influência a todo o mundo, sendo esse o significado da palavra Católica.

João Paulo II, o Papa Polaco, foi um dos catalisadores da Perestroika do fim da URSS e do Pacto de Varsóvia, tendo sempre insistido na sua mensagem que a Europa acabava nos Urais, e não nas fronteiras definidas em Yalta.

A junção do corpo dilacerado de Cristo em várias igrejas, fruto dos diversos cismas, é outro dos objetivos da igreja Católica, dos mais relevantes, constituindo a guerra na Ucrânia uma oportunidade única de reaproximação da Igreja Católica da Ucrânia à Igreja Ortodoxa do país, que devido a ela, se autonomizou recentemente da Igreja Ortodoxa Russa tendo esta última, para marcar essa rotura, mudado a data do Natal para 25 de dezembro, coincidindo com a da Igreja Católica.

Se esta reaproximação se consolidar, a Igreja Ucraniana poderá, em minha opinião integrar a Igreja Católica mantendo o rito Bizantino.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

Acerca do autor

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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