Geral Opinião

A Europa não tem exército porque os EUA não querem perder a tutela

Foto: nikitabuida/Freepik

A União Europeia não tem nenhum exército próprio porque os Estados-membros que a compõem ainda não o quiseram fazer, e colocar esse desiderato num novo tratado, pois o atual tratado de Lisboa ainda o não permite, essencialmente, por três grandes ordens de razões.

A primeira está relacionada com o espírito inicial para a qual foi formada após a II Guerra Mundial, que na sua essência era uma Organização em que a Segurança e essencialmente a defesa era da responsabilidade exclusiva dos Estados-membros, pois em termos políticos não se pretendia caminhar para uma federação de estados, nem para uma União, como ora temos, mas sim só para a constituição de um mercado comum.

A segunda tem a ver com a existência da NATO, que é desde o início uma aliança política essencialmente voltada para a segurança e essencialmente para a defesa coletiva.

A terceira tem a ver com a obstrução passiva e ativa que os EUA fazem a tal desiderato, pois não querem perder a tutela que exercem sobre a a Europa.

Apesar de não haver nenhum Exército Europeu a UE já realiza operações independentes, no âmbito das operações de Petersberg, em que a separação de partes pela força a mais exigente dessas missões já exige uma força de dimensões razoáveis, e já dispõem de um estado maior permanente bem como uma agência de Defesa Europeia, ou seja, já tem procedimentos e estruturas que serão, se houver vontade política um embrião do almejado exército, de que alguns reclamam necessidade e urgência.

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Acerca do autor

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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