Geral Opinião

A culpa é do Anticiclone dos Açores

Toda a vida, desde que me lembro de ver o Boletim Meteorológico na televisão, com o Costa Malheiro e o Anthímio de Azevedo, que oiço falar do Anticiclone dos Açores, como um fenómeno determinante, que suaviza o nosso clima e que tem influência no clima Europeu.

Deambulando diariamente, durante vários anos, pela zona do centro de Bruxelas, descobri que num dos vários caminhos que percorria, havia uma livraria, penso que especializada em crónicas e roteiros de viagens, com a designação de Anticiclone dos Açores, facto que ao princípio achei curioso, embora depois de pensar um pouco, o nome me parecesse fazer  todo o sentido, numa livraria que vendia sonhos, que para se concretizarem estavam dependentes do clima.

De acordo com várias reportagens que ouvi esta semana, nos vários canais televisivos, estamos a começar a atravessar um período preocupante de seca, devido ao posicionamento do Anticiclone dos Açores, que desta vez, embora esteja posicionado no local do costume, de repente se tornou no bode expiatório da nossa falta de previsão e planeamento, ou seja, de não termos um plano de gestão integrado e eficiente da água, à semelhança do que tem Espanha, que contém várias soluções, desde o aproveitamento de águas residuais, até à dessalinização, tendo já oito locais no país a funcionar em pleno nesse domínio, soluções essas que integradas mitigam os efeitos da seca.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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Nuno Pereira da Silva

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