Geral Opinião

A China e a reunificação de Taiwan

Foto: UN Geneva/Flickr

A China, após fazer uma grande demonstração de força no estreito de Taiwan, como retaliação contra o discurso, que considerou independentista, do novo presidente da ilha, anunciou, sem novidade, que o seu objetivo político e estratégico principal, continua a ser o da reunificação do seu território, de que Taiwan faz parte integrante.

A China reafirmou, ontem dia 16 de setembro, que preferencialmente quer almejar esse desiderato, preferencialmente duma forma negocial e pacífica, não colocando no entanto nunca de parte, a possibilidade de o conseguir pela força.

Praticamente nada do referido é novo, e a demonstração de força que efetuou também não, pois esse objetivo tem sido explicitamente recordado amiúde, salvo o facto da China referir, que essa é a vontade dos cidadãos de Taiwan, e que os independentistas são uma minoria, algo que é um pressuposto de que parte, não baseado em nenhuma auscultação dos habitantes do território, mas que pode servir de base para a construção duma narrativa, que justifique uma provável invasão do território, ou seja, uma narrativa semelhante à de Putin quando invadiu a Ucrânia.

A China costuma ter tempo e paciência para esperar até conseguir atingir os seus objetivos, no entanto em minha opinião, estamos a atravessar um período instável em que o mundo se está a tentar reorganizar, reequilibrar e uma eventual eleição de Trump, que se quer recentrar na ordem interna americana e abandonar, ou relegar para segundo plano, as questões de política externa, pode vir a acelerar o tempo de decisão da China, levando-a a tentar conquistar a ilha pela força.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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