Geral Opinião

A caça à corrupção

Está aberta, oficialmente, a época de caça a alegados corruptos, uma vez que a justiça mediática tem que satisfazer o impulsivo desejo castigador.

Tal como o Governo que aproveita o seu estertor para estabelecer e firmar contratos elaborados à pressa, também o fim do DCIAP, vulgo TICÃO, e a sua reconversão num novo Tribunal de Instrução Criminal, ora, finalmente com nove juízes, ao invés de dois, tem levado a que os Procuradores Gerais da República, aproveitem o facto para ressuscitarem casos como o de Manuel Pinho, para que Carlos Alexandre os secunde, como habitualmente,  e faça justiça populista e mediática, pedindo elevadíssimas e pornográficas cauções, em troca de medidas de coação preventivas, menos restritivas da liberdade, para gáudio da população de sangue sedenta.

As medidas de coação preventivas não devem ser, nunca, utilizadas sem ser dentro dos limites da lei, não são uma punição, nem se substituem a nenhum julgamento.

A fuga de Rendeiro não se deu por falta de medidas de coação preventivas, deu-se porque após ter sido julgado, e com o processo transitado em julgado, a justiça não o conduziu imediatamente à prisão.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva