Já aqui teci alguns comentários sobre os artistas de rua, mas nunca é demais falar desta classe a quem a pandemia mostrou um cartão vermelho, retirando o palco a estes protagonistas das nossas ruas.
O decréscimo do turismo diminuiu a fonte de rendimento destes homens e mulheres que muitas vezes temos a tendência de colocar rótulos injustos, daqueles que falam de quem não quer trabalhar e outros adjetivos incrivelmente injustos.
Os artistas da foto, que já vimos muitas vezes atuar “a solo” na Ericeira e em Lisboa, proporcionaram na tarde fria de domingo momentos de rara beleza e comunhão com quem passava no Jogo da Bola com uma apresentação conjunta que conjugava o som minimalistamente puro tirado de um serrote com as expressões fixas do homem dourado que só “descongelavam” quando uma criança curiosa se aproximava.
Que 2021 traga a estes artistas a reconquista dos seus “palcos”, entretanto quando passar por eles, aquela moeda esquecida no seu bolso pode fazer a diferença e retribui o esforço de quem tenta dar algo de diferente nestes dias monótonos e sombrios que vivemos.
Texto e Fotografia: Carlos Sousa
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