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A hipocrisia dos EUA, na construção de um Porto em Gaza

Foto: Médio Oriente

Israel continua a desafiar a autoridade da administração Biden, pela sua obstinação de acabar de vez com o Hamas, algo que muito dificilmente almejará.

Um guerra de guerrilha ganha a guerra quando consegue resistir, ou seja, não precisa de a ganhar, só precisa de resistir, algo que normalmente conseguem, pois de acordo com uma breve análise desse tipo de conflitos, os guerrilheiros mais tarde ou mais cedo ganham, como foi o caso recente do Afeganistão, em que tanto os EUA, que envolveram a NATO no conflito, como os russos, muito embora o terreno no Afeganistão seja mais propício à atuação da resistência armada dos guerrilheiros.

Com o Ramadão a começar e com o massacre das populações palestinianas a continuar, algo que provavelmente será considerado um genocídio pelo tribunal de justiça internacional, todo o mundo árabe se levantará em uníssono diretamente contra Israel, e indiretamente contra os EUA que os apoiam financeiramente e capacitando-o militarmente.

Hipocritamente, os EUA não cortando o apoio a Israel, distribui alimentos à população por via aérea, e anunciou que iria construir um porto na costa de Gaza, para conseguir por via marítima distribuir mais víveres em conjugação com a UE, evitar uma catástrofe humanitária, ou seja, quer conseguir fazer a quadratura do círculo, algo que todos sabemos ser uma impossibilidade.

Esperemos que o mundo não caminhe para um conflito global pela obstinação israelita em derrubar o Hamas, que já está espalhado pela Cisjordânia e por outras partes do mundo árabe, ou seja, mesmo que seja derrotado em Gaza, a resistência continuará, e mesmo que operacionalmente com menos capacidades, a curto prazo se reerguerão, pois o mundo árabe e o Irão se encarregarão de rearmar e de o capacitar.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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