Geral Opinião

A nova tripla aliança entre a Turquia, a Sérvia e a Hungria

Foto: BBC e Wikipédia

Viktor Orbán, o presidente da Hungria, convidou o Presidente Sérvio e o Turco para o dia nacional, e para assistirem aos Campeonatos do Mundo de Atletismo, que estão a ter lugar em Budapeste, pois desde sempre os grandes eventos desportivos são também excelentes palcos de afirmação política e ideológica, pervertendo a própria essência do desporto.

Estas três personalidades têm em comum o facto de serem autocratas, iliberais, populistas e de extrema direita, Erdoğan e Orban fazem um jogo duplo nas instituições em que têm assento. No caso Sérvio, este ainda não integra a NATO nem a UE, embora pretenda integrar esta última.

A amizade com Putin, e mesmo alguma admiração que por ele nutrem e pelo seu regime, que ideologicamente e na praxis, não está muito longe do que o que estes três países têm instalado nos seus países, e circunstancialmente o Kosovo parece ser o laço que os une, com o objetivo de afrontarem o Ocidente em que se integram ou querem integrar, com o fim de tirar dele vantagens e simultaneamente o destruir por dentro, ou moldá-lo a seu belo prazer.

O Kosovo é ora o ponto focal onde os seus interesses parecem coincidir, pois para a Sérvia desde sempre contesta a existência desse  país, que também não foi reconhecido como independente por vários outros países, inclusive ocidentais.

A Hungria, por sua vez, sempre teve interesses nos Balcãs, embora não os integre, por partilhar com na Sérvia a fronteira norte, e a Turquia que geograficamente faz parte dos Balcãs e recentemente integrou o contingente NATO para pacificar o Kosovo, depois da última crise entre a população Sérvia minoritária no Kosovo e o governo do mesmo.

Esta tripla aliança pode ser, em minha opinião, e pelo supra referido, o cavalo de Troia do Ocidente, numa altura em que se decerniam cerrar fileiras em prol da defesa da Ucrânia, algo que como sabemos não tem acontecido, pois a proximidade destes ao regime de Putin é superior aos que nutrem quer pela União Europeia, quer pela NATO.

Nuno Pereira da Silva
Coronel Na Reforma

Acerca do autor

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

Adicionar comentário

Clique para comentar