Hoje é o dia da Europa, o dia em que o sonho de Schumann se concretizou para formar a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço a percursora da CEE e da agora União Europeia, um dia memorável em que os signatários da nova comunidade colocavam em comum o carvão e o aço matérias-primas essenciais à construção de novas armas, um sinal inequívoco de quererem iniciar um novo caminho, um caminho da construção da paz, num continente cansado de guerras fronteiriças e de guerras imperiais, que pretenderam juntar a Europa pela guerra e não pela paz, cinco anos depois da II Guerra Mundial que muitos autores denominam por Guerra Civil Europeia.
Em Bruxelas, capital europeia, este dia é comemorado em festa, abrindo todas as Instituições Europeias ao público, que também comemora o dia nas ruas, onde há imensas atividades culturais para marcar o dia.
A Presidente da Comissão Europeia, este ano, quis marcar o dia da Europa com um sinal inequívoco de apoio à entrada da Ucrânia na UE, com uma visita a Kiev, a capital dum país em guerra, por, há uns anos atrás, ter ousado querer assinar um acordo comercial especial com a União Europeia, e pretender a médio-prazo nela entrar.
Esta pretensão legítima do povo ucraniano, de querer assinar um acordo comercial com a União Europeia, que consubstanciaria a prazo a sua entrada na instituição, e que deu origem ao golpe-de-estado ocorrido na Praça Maidam, foi o catalisador da discórdia com Putin e, embora alguns anos mais tarde, desta invasão ilegítima russa da Ucrânia.
Por todos estes factos é essencial que no final da guerra apoiemos a entrada da Ucrânia na UE e que façamos as necessárias reformas internas, em termos de poder, nem que tenhamos de modificar o Tratado de Lisboa para estarmos preparados para acomodar um país do tamanho da Ucrânia e com a população que nele habita o território.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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