A guerra na Ucrânia ressuscitou a dormente NATO e a sua missão na defesa da Europa, contra a Federação Russa, que nos volta ameaçar seriamente a leste, obrigando os EUA a recentrarem o seu esforço na organização para fazer face à ameaça na Europa, numa altura em que o pretendiam transferir o seu esforço de atenção para a região da Ásia-Pacífico.
À União Europeia contudo continuará a caber a missão supletiva de fazer face a outras ameaças à sua segurança, para as quais a NATO não tem, nem quer ter participação, nomeadamente todas as ameaças que vêm do seu flanco sul, que têm nos últimos anos obrigado a UE a realizar diversas missões e operações militares, projetando poder, inclusive forças militares, embora de reduzida dimensão, mas que têm conseguido estabilizar os países e controlo dos mares nas regiões em que tem intervindo e onde tem que continuar a intervir, o que obriga a Europa a dispor de quartéis-generais capacidades militares autónomas em relação às da NATO, obrigando os estados a terem capacidades militares capazes de atuarem em vários contextos distintos.
A atestar o que afirmo, informo que atualmente e apesar do esforço a leste, onde todos os Estados-membros reforçaram as fronteiras da NATO a leste, a UE continua a manter 17 missões e operações militares projetadas no exterior das suas fronteiras.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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