De acordo com dados do Instituto da Conservação da Natureza recolhidos esta sexta-feira, dia 15 de Julho, arderam desde o início do ano 38.591 hectares, um número que já é maior do que a totalidade da área ardida em todo o ano de 2021 (28.415 hectares).
Em comparação com os últimos cinco anos, 2022 destaca-se no número de área ardida. Em 2018, por esta altura, tinham ardido 5.387 hectares, em 2019 10.184 hectares, em 2020 9.653 hectares e em 2021 12.123 hectares.
2017, o ano que ficou marcado pelos fogos de Pedrógão Grande, continua ainda assim a ser o pior ano, com uma área ardida de 74.340 hectares.
O número de ocorrências em 2022 (6.077) também é a maior nos últimos cinco anos (8.643), apesar de estar abaixo da média dos últimos 10 anos (7.051). A diferença é, ainda assim, substancial quando se compara com 2020 (3.182) e 2021 (4.263).
O inverno mais seco e as temperaturas altas foram fatores determinantes que resultaram nos elevados números de área ardida.
Apesar da descida de temperatura gradual, prevista para os próximos dias, o acumular do tempo seco e muito quente dos últimos dias não permite qualquer alívio no risco de incêndios
“Quando não temos chuva recente, estamos sempre à mercê da atmosfera. Se tivermos episódios de dias muito quentes e secos, e sobretudo com vento, que é o grande fator de incêndios maiores, qualquer combinação meteorológica deste tipo vai trazer fogos graves”, explica, ao jornal Público, Paulo Fernandes, especialista em fogos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
“Com a mudança da direção do vento o fogo fica extremamente perigoso, porque evolui em todas as direções e propaga-se por projeções. Qualquer descuido dá origem a um incêndio e um incêndio que avança de forma muito rápida”, alerta ainda António Salgueiro, engenheiro florestal e especialista em fogos que trabalha com a Agência de Gestão Integrada de Fogos Rurais
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