Os EUA e o Reino Unido têm dado ajuda militar à Ucrânia, de uma forma inexcedível, quer em formação, quer em informações estratégicas, operacionais e táticas, permitindo à Ucrânia sustentar a guerra contra a invasão da Rússia, com o objetivo político-estratégico de enfraquecer a Rússia e provocar a queda interna de Putin e seu regime.
Para além do apoio que mencionei, do ponto de vista militar, os EUA, o Reino Unido e a UE têm tido uma ação holística contra a Rússia, em todos os planos integrando os planos da política, da diplomacia, da economia, e desenvolvendo políticas coercivas em todos eles, no entanto os dois paladinos deste apoio, não têm sido ágeis no apoio, na receção e no acolhimento dos refugiados ucranianos que da guerra fogem, colocando-se hipocritamente numa atitude atentatória dos direitos humanos, do direito de asilo, do estatuto dos refugiados, reconhecidos pelo Direito Internacional.
Portugal, neste sentido, tem tido uma política de braços abertos acolhendo refugiados, mas como em tudo o que fazemos, não nos planeamos, desenrascamos, e esse desenrascanço leva, muitas vezes, a confiar exacerbada e ingenuamente nalgumas Instituições pouco auditadas, mas recorrentemente utilizadas pelo estado central e local, como foi o caso de Setúbal e doutras autarquias deste país.
É o desenrascanço nacional no seu melhor, no entanto, acolhemos todos os refugiados ucranianos que podemos, enquanto que outros estados, que por maioria de razão o deveriam fazer, não o fazem.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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