Portugal conseguiu vacinar cerca de 85 por cento da sua população, com a vacina anti-Covid, o que prova que a maioria dos portugueses confia na Ciência, e está habituada a todo o esquema de vacinação que o SNS tem implementado nacionalmente e que ministra regularmente nos seus Centros de Saúde, onde a maioria dos pais das crianças portuguesas e os migrantes que vivem em território nacional, normalmente vacinam os seus filhos, desde a mais tenra idade, muito embora a vacinação em Portugal não seja obrigatória, ao contrário do meu tempo de estudante, onde quem não tivesse o certificado de vacinas em dia, não se podia matricular no ensino oficial.
Com o processo de vacinação implementado em Portugal, conseguimos nacionalmente ter os índices muito baixos de mortalidade infantil a nível mundial, o que nos coloca no topo dos países que têm conseguido alcançar as melhores taxas de sucesso nesse domínio.
A autoridade de regulação do medicamento europeu, a EMA, parece que vai recomendar que seja ministrada a vacina da Pfizer anti-Covid, a crianças dos 5 aos 12 anos, no espaço da UE, algo que a confirmar-se será um sinal claro de que existe uma evidência científica sobre a não perigosidade da mesma nessa faixa etária.
Esta previsível tomada de posição, favorável à vacinação por parte da EMA, permitirá que Portugal, se a adotar, atinja uma taxa de vacinação muito perto dos 95 por cento, facto muito relevante e fundamental na luta contra o vírus que provoca a atual pandemia.
Como se faz normalmente no jogo do Bridge, na dúvida paus por baixo, ou seja, na dúvida se se deve ou não ministrar essa vacina às crianças, deve-se tomar sempre a atitude mais prudente, que neste caso é o da vacinação, muito embora pareça que o vírus nelas não seja mortal, nem sintomático, no entanto, elas não deixam de constituir um foco de contaminação para todas as outras faixas etárias, onde se incluem os seus progenitores em primeiro e em segundo grau.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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