O Vice-Almirante Gouveia e Melo e a sua equipa de planeadores logísticos dos três ramos das Forças Armadas, estão de parabéns por terem cumprido a missão de planear , e coordenar toda a Operação da vacinação contra a Covid em Portugal, algo que é normal numas Forças Armadas treinadas em Operações Militares, que exigem que numa determinada Operação, coordenadamente se façam chegar às tropas em combate, todas as classes de abastecimentos que precisam para poderem combater eficientemente.
Não pretendo retirar-lhe o mérito com este post, porque o tem, sobretudo por ter sabido e conseguido comunicar duma forma clara, simples, precisa e concisa a mensagem de confiança e ponderação no processo de vacinação que liderou, como é apanágio dos militares, sem cair em politiquices, nem escorregar nos ardis dos políticos e dos jornalistas, com que foi por vezes confrontado, só tendo sido infeliz uma vez, no decorrer duma entrevista a um jornal, quando referiu a necessidade de endireitar o país, algo verídico mas que não foi apreciado, tendo mesmo merecido uma crítica muito dura por parte dos comentadores e políticos de segunda linha, pois como militar não pode dizer o óbvio, ou seja que o rei vai, por vezes, nu.
O sucesso da operação deveu-se à União Europeia que forneceu atempadamente as vacinas, à DGS que as encomendou, ao pessoal logístico dos três Ramos das Forças Armadas, que mostraram o que sabem fazer, às Câmaras Municipais, aos Centros de Saúde, ao pessoal de saúde, aos corpos de voluntários, e ao civismo dos portugueses, sem este somatório de intervenientes, a operação não teria tido sucesso.
O Vice – Almirante expressou a vontade de voltar às Forças Armadas, algo que a não ser promovido a Almirante, não será muito duradouro, uma vez que por idade, está prestes a passar obrigatoriamente à reserva no atual posto. Vagas para Almirante, 4 estrelas, de momento não existem, uma vez que o Chefe de Estado Maior da Armada acabou de ser reconduzido na função, a não ser que seja demitido ou se demita, facto que é possível que aconteça, mas abriria um precedente grave nas Forças Armadas, nada que os políticos tenham pejo em fazer, ou em último caso terão de se desdobrar para lhe conseguir um cargo dourado numa Organização Internacional.
Veremos qual a opção que tomam, embora em minha opinião, parece-me que irão optar pela primeira, demitir o atual CEMA, nomeá-lo Chefe da Armada, para daqui a dois anos o nomearem Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, numa jogada Maquiavélica promovida pelo atual CEMGFA, que não será consensual nas Forças Armadas, por ser contra a sua idiossincrasia.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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