Opinião

A necessária mudança de paradigma energético na UE

A mudança do paradigma energético vai na União Europeia, é uma necessidade que, em minha opinião, se vai concretizar a médio-prazo.

A Europa não tem significativas reservas de petróleo nem de gás natural, ou seja, está numa situação de completa dependência energética do exterior, algo que é uma grande vulnerabilidade.

O acesso ao petróleo e ao gás natural têm provocado tremendas guerras no planeta, sobre vários pretextos para encobrir o principal motivo, o acesso aos recursos energéticos.

A pretexto e à boleia das mudanças climáticas, parece ter chegado a hora de se implementar a mudança e mudar o paradigma energético no espaço da União Europeia, evitando os habituais tumultos, que normalmente ocorrem quando há mudanças disruptivas.

Pelo exposto na agenda da Comissão Europeia, existe uma visão de querer forçar e apressar a mudança do atual paradigma energético, quer através do hidrogénio, quer através da eletrificação, quer através da combinação dos dois recursos, e assim, resolver um problema estratégico de dependência quase total do exterior.

O recurso às energias renováveis são uma opção que reduz a dependência energética da Europa em relação à dependência petrolífera, assim como a reconversão das centrais nucleares de fissão para fusão, embora esta última tenha inexoravelmente de fazer o seu caminho e convencer a opinião pública da bondade da mesma, bem como da menor probabilidade de ocorrência de graves acidentes.

Os apoios à construção de habitações quase autossustentáveis e eficientes energeticamente, é algo que consta do novo Quadro Comunitário de Apoio, associados a uma distribuição de subsídios apelativos à sua concretização, assim como uma aposta clara no hidrogénio.

Creio que no futuro as energias fósseis irão ser substituídas por uma panóplia de outras energias alternativas, cuja escolha dependerá da melhor ou pior adequação aos objetivos a que se destinam.

A tecnologia já existe, embora seja necessário aperfeiçoá-la, assim haja dinheiro e vontade.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva