Como militar, formado na Academia Militar Portuguesa fico satisfeito quando vejo um ex-aluno da casa e camarada de armas ter sucesso em qualquer atividade em que a liderança é um atributo imprescindível para o seu desempenho, como é o caso da liderança dum clube como o Sporting Clube de Portugal, que este ano está de parabéns pela sua afirmação no mundo do desporto.
As academias militares em todos os países formam líderes, competentes e reconhecidos fora do meio militar, sendo os seus ex-alunos muito procurados para empregos que exijam liderança. Os ex-alunos de “West Point” nos EUA, bem como os da Academia de Sandhurst no Reino Unido são um paradigma do que referi, pois a maioria sai da carreira das armas, dada a procura que têm por parte das grandes empresas.
Em Portugal ainda não existe este reconhecimento por parte da sociedade, uma vez que ainda existe uma grande desconfiança em relação aos militares, que desde o 25 de Novembro de 1975 vivem numa espécie de “gueto” imposto pelos políticos, graças à habilidosa e artificial clivagem criada por Mário Soares, em que falsa e enganadoramente recriou e desenvolveu o conceito de sociedade civil, em oposição ao da sociedade militar, como se os militares não
fizessem parte integrante da sociedade civil em que vivem e se inserem, podendo e devendo fazer parte dos movimentos cívicos associativos do país, essenciais ao seu desenvolvimento, embora constitucionalmente coartados de integrar partidos políticos, enquanto estiverem no ativo.
Parabéns camarada Frederico Varandas e obrigado por ajudares a alterar conceitos e suspeições que na atualidade são completamente anacrónicos.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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