Cerca de dois milhões de portugueses são pobres, muito embora cerca de um terço dessa população tenha trabalho ou esteja reformado, este é precário e muito mal remunerado, devido sobretudo às fracas habilitações literárias e aos divórcios, conforme expressa um estudo desenvolvido recentemente pela Fundação Manuel dos Santos.
Este estudo só revela o que já sabíamos, embora duma forma não empírica, bastando somente estar atento às notícias e aos problemas sociais com que se debate, grande parte da população portuguesa, para neste país poder sobreviver.
Uma vez que este estudo foi realizado antes da pandemia, temo que após esta, o número de pobres em Portugal irá inevitavelmente aumentar, na proporção direta do aumento de desemprego que, inevitavelmente, irá ocorrer com a previsível falência de incontáveis pequenas e médias empresas.
O tão almejado Plano de Recuperação e Resiliência, vulgo “Bazuka”, pelo que tenho conhecimento, servirá não para apoiar direta e decentemente as empresas e as famílias em dificuldades devido à pandemia, a que o governo não tem socorrido decentemente, mas sim para gastar em áreas que não têm tido investimento público há diversos anos, mercê das sucessivas crises financeiras de que teimamos não sair.
De acordo com outro estudo prospetivo e fidedigno, efetuado pelo FMI, Portugal será o segundo país europeu que mais rapidamente sairá da crise pandémica, devido a ter sido, também, o que menos tem gasto para apoiar as famílias e sobretudo as empresas em dificuldades, ao contrário do que habilmente proclama.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
Adicionar comentário