Vivam as Cicatrizes

Fomos convidados a presenciar a inauguração da exposição “Cicatrizes na Primeira Pessoa” na Fundação Oriente, promovida pela MOG – Movimento Oncológico Ginecológico com apoios do Novo Banco e Barbot – Indústria de Tintas.

Com fotografias de Miguel Valle de Figueiredo e Sandra Carmo, oito mulheres partilham os seus corpos sem esconder as marcas que o tempo e o cancro lhes deixaram.

As cicatrizes são na realidade as figuras centrais desta exposição. São histórias de sobrevivência, de coragem e resiliência e não procuram esconder ou disfarçar dor e sofrimento, antes pelo contrário, querem mostrar uma beleza que não se mede pela ausência de marcas, mas pela verdade que revelam.

“Cada imagem é uma afirmação. Um grito contra o preconceito. Uma celebração da autoestima. As linhas que cruzam o abdómen são também pontes de salvação, sinais de orgulho, marcas que lembram que a vida continuou — e que cada dia vivido é uma vitória.”

Miguel Vale apresenta um portfólio a preto e branco com contrastes fortes que ampliam o significado de cada cicatriz das oito guerreiras que serviram de inspiração para mais este trabalho deste fotógrafo profissional que já usou a Ericeira como inspiração com o trabalho “Nha Belha – Fotografias da Ericeira (2023, Ericeira)”, uma retrospetiva de fotografias realizadas entre 1980 e 2022.

Sandra Carmo, que trabalha como freelancer, fazendo trabalhos em moda, sessões privadas e outros, optou pela cor para transmitir a alegria e a vontade de viver cada momento destas mulheres lindas, que se esforçam muito para serem exemplos para todas as outras mulheres que sofrem com este “assassino” que ataca sem dó nem piedade.

No final, Cláudia Fraga, Presidente da MOG, afirmou para o nosso jornal “Quando a arte da fotografia se junta a uma mensagem de força e alegria, acontece arte, e ninguém poderá ficar indiferente ao impacto desta exposição. A montagem é excelente, faz com que a mensagem fale por si. Não deixem de visitar. A MOG e os artistas estão de parabéns, vivam as CICATRIZES!”