Opinião

Vai começar o fim?

Naquela manhã de 19 de Março de 2020 acordámos de uma maneira totalmente diferente. Os nossos hábitos tinham sido alterados de forma abrupta, escolas fechadas, pessoas isoladas em casa, o conceito do beijo e do abraço passava a ser uma infração, luvas e máscaras eram agora recomendadas como utilitários de sobrevivência e a nossa agenda de eventos começava a esvaziar-se.

Na noite anterior tinha havido mais uma novidade, o Presidente Marcelo tinha decretado “Estado de emergência”, coisa estranha, o que era isso? Os mais jovens nem nunca tinha ouvido falar em tal conceito.

Há dois dias, foi diferente. O Presidente, dos beijos e abraços, veio à televisão dizer que era hora de acabar com o “Estado de emergência” e que a nossa vida iria mudar, para melhor, é o que todos nós esperamos.  

Morreram cerca de 17.000 portugueses e mais de 800.000 pessoas sentiram na pele o poder devastador do Monstro Covid. 

A probabilidade de morrer desta inimaginável doença aparentemente baixou drasticamente. Com a progressão do número de vacinados o perigo de morte baixou dos 4% para menos de 1% e até já se consegue falar de imunidade de grupo, talvez já durante este verão.  

A vida pode começar a regressar à normalidade, podemos ir a um restaurante, sem as devastadoras consequências para o negócio, provocadas pelas restrições dos horários de funcionamento; os ginásios já vão permitir as aulas de grupo, para manter a forma e retirar o sedentarismo das nossas vidas e quem sabe, para o verão, já vamos poder convidar mais gente para o casamento do filho ou para o batizado do neto e, tantas outras coisas que nos foram selvaticamente saqueadas pela maldita pandemia. 

Está agora nas nossas mãos consolidar esta evolução e não deitar tudo a perder de novo. Não são leis mais ou menos rigorosas que nos vão defender, mas sim, a nossa consciência e o nosso respeito pelo próximo.

Mantendo o meu lema, que me acompanhou durante estes mais de 400 dias, “Entre Resistir e Desistir só muda uma letra, eu escolho a primeira opção”.

Sejam bem-vindos à vida.