Geral Opinião

Um “Big Brother” de negacionistas

Não existem “negacionistas”, o que temos são ignorantes que, com um discurso repleto de repetições das mais variadas teorias da conspiração e anti ciência que são espalhadas através das várias plataformas digitais se transformam em ataques aos cidadãos e ao Estado de Direito.

É sobejamente estudada e analisada toda a evolução destes movimentos, podemos recuar até pelo menos 2001, mais concretamente ao ataque às Torres Gémeas no fatídico dia 11 de Setembro. Pouco tempo depois já circulavam as mais variadas teorias, muitas, passados 20 anos ainda se mantêm, mas, sejamos claros, ainda hoje somos capazes de ouvir ou ler quem não acredite que o homem foi à lua ou que as vacinas provocam autismo e tantas outras teorias disparatadas.

A ligação destes negacionistas aos movimentos radicais é comprovada, nos Estados Unidos os conservadores, com obvias ligações a Trump são os principais mobilizadores e promotores destas teorias, também no Brasil a estratégia é idêntica. Casualidade?

Não. A ignorância é “palha seca”, perfeita para incendiar as bases das Democracias, este mix de movimentos, que agrega desde radicais de extrema-direita até adeptos das terapias alternativas, serve na perfeição a estratégia de criar o caos e a desordem social.

Por cá não fugimos à regra, as imagens de extrema violência verbal sobre o Presidente da Assembleia da República ou sobre o Vice-Almirante Gouveia e Melo são a “ponta do icebergue”, o combate à desinformação e movimentos negacionistas têm de fazer parte das políticas de segurança nacional.

Felizmente, e para o bem de todos, o nosso país tem sido exemplar na forma como os cidadãos têm aderido à vacinação, mas tal não quer dizer que baixemos a guarda e a vigilância sobre os movimentos radicais que surgem nas redes sociais. 

Pedro Fernandes Tomás